Micronations
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A República Federal do Lucastão é uma micronação lusófona.

A fundação e o governo interino[]

No ano de 2000, quando o micronacionalismo efervescia e vários países eram criados, o brasileiro Lucas Roberto dos Santos resolveu fundar a sua própria micronação, após descobrir sobre o tema na Internet. Chamou três amigos que também não conheciam o hobby (Daniel Gurgel, Elival Marinho e Nestor "Graveto"), e, após alguns dias de debate, entrou no ar, em 2 de março, um precário site que era a casa da República Federal do Lucastão, que possuía uma constituição experimental. Lucas era o presidente interino, e os demais, senadores.

A micronação só começou a funcionar melhor quando foram chegando outros membros. Em fins de abril, quando alcançaram 8 cidadãos, foi criado o primeiro partido político, o Partido do Progresso Nacional (PPN), que inicialmente tinha três membros. Chegaram, em maio, mais dois cidadãos, convidados por Elival, e estes três criaram a Frente Renovadora (FR), espécie de oposição.

Aconteceram, assim, as primeiras eleições: Lucas (PPN) contra Elival (FR). Três cidadãos não votaram; por quatro votos a três, Marinho sagrou-se o primeiro presidente eleito to Lucastão, tomando posse em 1º de junho. Quanto ao Senado, foram quatro candidatos, dois de cada partido; o FR elegeu os dois amigos de Elival, e Nestor "Graveto" foi eleito pelo PPN.

Governo Elival Marinho[]

Elival incentivou, logo de cara, a expansão, criação de meios de comunicação, clubes, tudo. Com um mês de governo, o país já tinha mais três cidadãos e um jornal independente, a Gazeta Lucastanesa. Marinho criou os ministérios das Relações Exteriores (nomeando o até então neutro Gurgel para a pasta) e dos Assuntos Internos (nomeando como ministro João Luís). Lucas, que não tinha emprego nesse governo, passou a fazer oposição ferrenha, através da Gazeta.

Entretanto, Reinaldo, dono da Gazeta, não quis passar uma imagem muito parcial e parou de publicar os textos de Lucas. Revoltado, o fundador da micronação começou a partir para ataques pessoais. João Luís pediu a expulsão dele ao Senado, e, por dois votos a um, esta foi aprovada. Em julho, Lucas era removido de seu próprio país, e o PPN foi extinto, com Nestor migrando para a FR.

Como não havia oposição, o governo transcorria tranquilo. Entretanto, quando entrou setembro e o Lucastão, agora com catorze cidadãos, ameaçava ver eleições monopartidárias, Daniel Gurgel, demitido do ministério dias antes, criou o Partido Democrático Lucastanês (PDL), e chegou às eleições com quatro membros. O pleito foi Marinho x Gurgel para presidente, e três candidatos a senador de cada lado. Por seis votos a cinco, Elival Marinho se reelegeu na presidência. Entretanto, somente Nestor elegeu-se para o senado em seu partido; os outros dois vieram do PDL.

A segunda gestão Marinho foi complicada. Nada passava no senado, perdendo sempre por dois votos a um. O país se dividiu em governo e oposição, contando apenas com dois ou três cidadãos neutros. As semanas transcorreram tensas, com governistas falando até em golpe para tomar o poder e os opositores comentando possível impeachment. O Lucastão perdeu o caráter de coleguismo e camaradagem e virou um tabuleiro político.

As eleições de janeiro se aproximavam e parecia que seria um pleito acirrado entre estes dois "pólos", mas, novamente, um partido foi criado em cima da hora. O Partido Central Nacional (PCN) surgiu como ponto de equilíbrio naquela guerrilha, e corajosamente entrou na disputa. Contava com quatro membros (PDL e FR tinham sete cada, e havia ainda dois neutros). Lançou Hugo Carlos à presidência e um para senador. PDL e FR lançaram três para senador, e, à presidência, os mesmos de antes. Foi eleito um senador de cada partido; para presidente, entretanto, uma enorme surpresa. Hugo Carlos alcançou impressionantes sete votos, contra seis de Marinho e cinco de Gurgel. Houve, então, membros de partidos grandes que viraram a casaca secretamente! Não se descobriu quem foi, e Hugo Carlos assumiu a presidência a 1º de fevereiro de 2001.

Governo Hugo Carlos[]

Hugo Carlos iniciou a implantação de um banco e um sistema econômico, além de trabalhar na melhora do site. A gestão era boa, e com o senado equilibrado, o clima de guerra amainou. Em março, Hugo e seu ministro das Relações Exteriores, Zé Bingo, fecharam um acordo com as micronações de Gotzborg e Celtábria, onde permitiam livre trânsito de pessoas e valores entre quaisquer dos três países. Hugo Carlos tinha aprovação altíssima.

Entretanto, uma surpresa agitou o Lucastão. A edição do site oficial era feita por uma comissão de três pessoas: Guilherme Brasil, neutro desde sua entrada, Gurgel e Fábio de Jesus (membro do PCN). Em fins de abril, Gurgel, aproveitando um momento de inatividade dos outros dois, bagunçou todo o site, tornando-o inútil, deixando apenas a informação de um novo endereço, onde já funcionava um outro site do Lucastão, cuja edição só era acessada pelo PDL. Era um golpe.

Daniel Gurgel manteve as mesmas leis, só que colocava-se como presidente e a três colegas de partido como senadores, além de ter aumentado os mandatos para um ano. Hugo Carlos, profundamente irritado, pediu licença da micronação por tempo indeterminado. Com isso, o Lucastão estava à beira do desastre total: com um site inútil, sem presidente e com parte da pupulação numa dissidência.

os governos provisórios[]

O ministro do Interior, ainda Loão Luís, assumiu a presidência interinamente. Pediu imediatamente ajuda aos aliados Gotzborg e Celtábria, e teve apoio. Estes dois países boicotaram o governo dissidente e ajudaram na construção de um novo site. Isolado e sem receber migração do Lucastão original, o país de Gurgel ficou estagnado em seus seis cidadãos, e, antes do fim de maio, havia acabado. Gurgel e mais um abandonaram o micronacionalismo, enquanto os outros quatro imploraram pela volta à república, a qual foi aceita, cheia de restrições.

João Luís, aproveitando o momento de "recomeço", decidiu convocar uma Constituinte. Esta foi instaurada, colocando o Lucastão sob o controle de uma junta provisória formada pelo próprio João, Zé Bingo, Reinaldo, Nestor "Graveto" e Elival Marinho. Os trabalhos da nova constituição, assim como os de colocar o site em pleno funcionamento, andaram extremamente lentos, o que fez com que duas ou três pessoas abandonassem a micronação. Por fim, em 2 de agosto, entrou em vigor a nova Constituição, que incluía o sistema econômico e colocava os mandatos em seis meses. Os então 15 cidadãos voltaram à atividade.

Com a Constituição, veio também a presidência interina de Nestor, que experimentou, por quase um mês, o posto mais alto do país. Foram realizadas eleições; entretanto, o PDL tinha apenas os quatro membros ex-dissidentes, que não podiam se candidatar, e ficou de fora. o PCN, com quatro membros e sem o ícone Hugo Carlos, lançou apenas Fábio de Jesus para presidente e Tiago Cerqueira para senador. A FR, com seis membros, veio forte, lançando três para senador e Elival para a presidência. No senado, deu dois da FR e Tiago; para a presidência, Marinho venceu fácil, nove votos a quatro.

Governo Elival Marinho[]

Elival Marinho tentou iniciar de forma dinâmica. Colocou Zé Bingo e João Luís em seus ministerios de sempre, mas criou o ministério da Economia, colocando nele Hugo Carlos, que retornava triunfante ao Lucastão. Buscou a ampliação das relações com os aliados, mas Gotzborg definhava, rumo à extinção que aconteceria semanas depois, e a Celtábria parecia mais ocupada com outros países.

A atividade diminuiu e outras micronações pareciam mais atrativas. Pouco a pouco, membros saíram, dentre eles todos os quatro restantes do PDL, o que extinguiu o partido e, no começo de novembro de 2001, o Lucastão só possuía os sete membros do governo, o jornalista Reinaldo e outros dois cidadãos que pouco participavam. No dia 9 do mesmo mês, houve uma reunião virtual de seis pessoas (Marinho, Reinaldo, os três ministros e Nestor), que discutiram a velha tese de que quando uma micronação de pequeno/médio porte começa a cair na inatividade, não há como salvá-la. Foi ventilada a possibilidade de fazer uma nova micronação, com outras leis, outros símbolos, enfim, uma renovação que atraísse cidadãos, mas venceu a idéia de, num momento oportuno, se abandonar o Lucastão e migrar em conjunto para outro país.

Realmente, no final do mês, Marinho deixou uma carta de renúncia, anunciando que se retirava para a Celtábria, e para lá também foi, ao mesmo tempo, o amigo Nestor. Reinaldo não abandonou formalmente o Lucastão, mas pegou dupla cidadania na Celtábria um dia depois e mudou a Gazeta para lá, rebatizando-a de Correio Celtabriano. Mais um dia e Hugo Carlos, Zé Bingo e João Luís também saíram do Lucastão.

As últimas gestões[]

Tiago Cerqueira, que participava da edição do site, tomou a presidnência sem oposição. Fez um arranjo para que um dos dois cidadãos inativos virasse senador (este era Fábio) e excluiu os três ministérios. Para tentar agitar o país, convocou uma Constituinte, que contou com ele e os três senadores. A constituição que saiu (em princípio de fevereiro) era exatamente a mesma, mas tudo era uma desculpa para fazer novas eleições. O pleito não agitou a comunidade; Fábio e Tiago lançaram candidaturas independentes, e houve apenas um candidato a senador. Fábio venceu Tiago por dois votos a um, assumindo em 1º de março. Fábio decretou, com aprovação do único senador, uma redução do senado de três para dois membros, e estes dois foram o senador que já estava e Tiago. Reinaldo e os outros dois cidadãos foram oficialmente expulsos do Lucastão.

Entretanto, há muito que aquilo estava ridículo. Uma micronação com três pessoas e totalmente isolada em termos diplomáticos não poderia ir para a frente. No final de março de 2002, o site foi simplesmente deletado por um dos editores, não se sabe qual, e não houve qualquer tentativa de refazê-lo.


Que fim levaram os membros[]

Tiago Cerqueira - deixou os dados que possuía do Lucastão nas mãos dos ex-lucastaneses da Celtábria e desapareceu do mundo micronacional.

Reinaldo - mesmo após o fim da Celtábria, manteve-se editando um informativo sobre micronacionalismo. Não há informações seguras, mas é possível que ele ainda comande um periódico do gênero.

Nestor "Graveto" - teve muita participação em Celtábria, e foi um dos destaques da história desta micronação. Após o fim dela, foi para o Reino Federativo das Astúrias, na época recém-fundado, e com o fim deste, meses depois, mudou de nome e ingressou no Principado de Sofia.

Elival Marinho - ficou na Celtábria até o fim, desaparecendo depois. Comentou-se na época que teria ido sem alarde para uma micronação maior.

Hugo Carlos e João Luís - não viraram cidadãos de nenhuma micronação, embora tenham continuado a acompanhar as notícias do micronacionalismo. Fizeram esta compilação de dados sobre o Lucastão. Hoje, acompanham o mundo micronacional de fora, sem cidadania alguma.

Zé Bingo e Fábio de Jesus - do Lucastão para o breu. Sumiram.

Lucas dos Santos - envolveu-se na fundação de duas outras micronações que mal saíram do papel, e, em seguida, frustrado, deixou o micronacionalismo.

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