Micronations
PortoClaro bandeira 1999
Série
História de Porto Claro
Saga Portoclarense
Pré-História (...-1516)
Descobrimento (1516-1612)
Colonização (1612-1809)
Ocupação Portuguesa (1809-1817)
Século XIX (1817-1900)
Independência (1900)
Casa de Mesquita
Consolidação (1900-1946)
Modernização (1946-1985)
Estruturação (1985-1992)
História Factual
Criação de Porto Claro (1992)
Primeiro Governo Aguiar
Golpe de Porto Claro (1992)
Reação fabista (1992-1993)
Papelização (1993-1994)
Social-Nacionalismo (1994-1996)
Descoberta do Mundo Micronacional e Degelo (1996-1997)
Governo de União Nacional (1997)
Governo Carnevale (1997-1998)
Intentona Piranhesa (1997)
Revolução Restauradora (1998)
Governo McCaster (1998-1999)
Conspiração de Guisanburgo (1999)
Revolta Pirolista (1999)
Campanha pela Liberdade Religiosa (2000)
Plebiscito da Economia (2001)
Isolamento diplomático (2001-2002)
Desmicronacionalização (2002)
Por tópico
História militar
História diplomática
História cultural
Categoria: História de Porto Claro

A Criação de Porto Claro foi o momento em que Pedro Aguiar, sozinho, inventou Porto Claro, na tarde do dia 25 de setembro de 1992, na sala de estar da casa de sua avó paterna. O evento é considerado o nascimento não apenas de Porto Claro, como também da Lusofonia.

Antecedentes

Pedro Aguiar sempre se interessou por lugares imaginários ou da ficção (no cinema, na literatura, nos quadrinhos e nas telenovelas). Antes de PC, já tinha o hábito de desenhar diversas plantas de cidades e mapas de países imaginários no papel, muitas vezes em versos de laudas de jornal trazidas por seus pais, jornalistas.

A primeira referência de geoficção conhecida para Pedro Aguiar foi o País do Eufeidolôcio, representado no livro O Menino Maluquinho, de Ziraldo. A terra de Fantasia, do livro e do filme A História Sem Fim, de Michael Ende, assim como a Terra de Oz de Frank L. Baum, também permearam os referenciais. E novelas de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, como Roque Santeiro e Tieta, com as cidades fictícias de Asa Branca e Santana do Agreste, assim como Tangará, de O Salvador da Pátria (de Lauro César Muniz) cercavam o universo referencial do menino.

O contexto político e cultural da época também ajudava. Em 1992, dezenas de países haviam acabado de se emancipar na Europa e na Ásia, seguindo o colapso do bloco socialista. Além disso, naquele ano vários pequenos países mais antigos ganharam espaço no Rio de Janeiro, com a conferência mundial ECO'92 (ou Rio'92) e no desfile das delegações da Olimpíada de Barcelona.

Alguns destes projetos de países minúsculos eram então satirizados em programas de TV como o Casseta & Planeta e no humorístico Estados Anísios de Chico City, que descrevia exatamente o cotidiano de uma cidade fictícia do interior do Brasil emancipada como país independente.

A inspiração

A princípio, Porto Claro foi desenhada apenas como uma cidade litorânea qualquer. Apenas na semana seguinte é que se designou a cidade como país independente de território minúsculo (a exemplo de Mônaco e San Marino) e só em 1993 é que Pedro Aguiar escolheu a localização de PC no mapa, na fronteira da Guiana Francesa com o Brasil.

Primeiros traços

A primeira materialização da idéia "Porto Claro" surgiu sob a forma de um mapa desenhado a lápis sobre oito folhas de formulário contínuo justapostas, contendo uma grande planta urbana da cidade de São Herculano. Esse mapa, conhecido desde então como "o Mapão", é a relíquia mais importante do micronacionalismo lusófono e faz parte hoje do acervo do Museu Jéssica.

O Mapão começou a ser desenhado a partir do fundo da Enseada de São Herculano, e seguindo o litoral portoclarense primeiro para o sul, na direção de Guisanburgo, e depois para o norte, em direção a Danielle. Para o interior (leste), foi desenhada uma elevação, mais tarde denominada Serra das Piranhas. Desse relevo descia um rio estreito e sinuoso (Rio Unsancatre) até desaguar na praia. Na ocasião, não se tinha idéia de onde a cidade ficaria localizada geograficamente no globo terrestre, mas o criador já determinara que seria uma cidade litorânea.

A inspiração direta para Porto Claro foi o Rio de Janeiro, cidade nascida na confluência entre uma baía e o oceano, com relevo acidentado e uma serra/cordilheira íngreme ao fundo (Serra dos Órgãos), cortada por um rio pequeno (Rio Carioca, hoje canalizado) que desce do maciço central (Serra da Tijuca). Assim, Porto Claro foi imaginada da mesma maneira, porém com outro desenho geográfico.

O litoral seguia quase homogêneo nos dois sentidos, com exceção de uma minúscula península que delimitava a enseada, batizada de Comidinha (numa analogia direta a Niterói). Algumas outras elevações foram traçadas na cidade, dotando o terreno portoclarense de um relevo tão acidentado quanto o carioca: o Morro do Rei, o Morro de Santa Cristina, o Morro de Comunicação, o Morro Pequeno e o Morro Grande, depois rebatizado para "Luminância".

Os terrenos dos prédios, casas e outros edifícios eram designados por retângulos e outros polígonos traçados a lápis e com uma legenda para cada um. Alguns retângulos designavam terrenos de casas ou mansões, enquanto outros eram estabelecimentos comerciais e industriais. A primeira construção a ser desenhada foi a Mansão Comadre, por isso até hoje considerada o prédio mais antigo de PC. Depois foram determinados o local do "palácio do rei" (Palácio Chifon) e da prefeitura.

A princípio, o Mapão cercava apenas a planta urbana do centro e da zona oeste Porto Claro City (atualmente, São Herculano). Depois, foi ampliado e outras folhas de formulário contínuo foram coladas para incluir também Comidinne e os atuais bairros de Planejada, Parque Unsancatre e Santa Barbara.

Início da simulação

Apenas três dias depois, Pedro Aguiar levou o mapa para o colégio onde estudava (Instituto Metodista Bennett) e mostrou aos seus colegas da turma 154, que gostaram da idéia. Convidados a escolher uma residência no mapa e assumir personagens fictícios, os colegas do Fundador começaram a simular como se fossem habitantes de fato da cidade.

O aluno Daniel da Silva Mesquita casualmente apontou para um dos maiores retângulos, no qual Pedro Aguiar já havia escrito "Palácio do Rei". Assim, designou o colega como Rei Daniel e, para manter a coerência, decidiu transformar a cidade de Porto Claro em país independente. Vale lembrar que, na mesma época, a turma 154 estudava as cidades-estado da Grécia Antiga nas aulas da professora Jéssica Moura.

As crianças da 154 então começaram a entrar em seqüência na simulação, escolhendo suas casas, mansões, profissões e, em alguns casos, sobrenomes inventados e afrancesados - como Bruno L'Ambert e Ludmila Aparente -, assim como alguns inspetores do colégio. Estas pessoas formaram a Primeira Geração, mas a imensa maioria não teve maiores laços com o micronacionalismo. Delas, apenas Daniel Mesquita e Sílvio Guilherme Mariz retornaram a PC, após 1998.

Nem todos os alunos da turma participaram de PC. Rodrigo Garcia Dutra e Marco Delestri foram alguns dos que não se interessaram pela brincadeira.